27.1.10

São coisas que ficam. Nada mais que merecido!

São coisas que ficam!
Há outras que dentro dessas, as anteriores, se vão. Porque o gostoso de tudo é essa diferença que existe. Ultimamente tenho na consciência que devemos viver como se fosse o último momento. Aproveitar o máximo do que está à nossa volta para deixar os segundos gostosos.
Na última segunda embarcamos numa viagem muito boa! Procurando integrar-me mais com os outros, curti minutos de fantasia infantil. Brincadeira infantil, assim como o riso gostoso que escapava na maior inocência. Mesmo que a piada fosse para maiores de dezoito.
Percebo que o melhor é estarmos jutnos. Não importa o modo.
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"Ao chegar ligamos aquele som de carnaval e putaria, comemos o que cozinhamos,..., mas ainda estávamos muito urbanos. Pois então a natureza fez o seu gesto de carinho e nos tirou a eletricidade. A lua nos clareou, o vento nos refrescou, e o silêncio nos juntou em colchões pelo chão, em cadeiras pela grama, em brincadeiras passadas e em vinhos que nos embalava!"
É por esses que inspiro felicidade e as devolvo. Nada mais que merecido.

24.1.10

Sinais 03 - As mortes da minha vida

Crescemos sendo incitados a nos apavorar com a morte, imoelidos a odiá-la. Alguns a ignoram, outros preferem não pensar nela. Fato é que vez ou outra estamos propícios a topar de frente com a tal.
Meu primeiro contato com essa dama foi logo ao me expor a esse mundo. Fazendo-me perder um laço familiar que ainda nem firmara, perdendo meu pai, pobre homem que, ao me ver, enfartou e se foi.
Depois só a veria de novo por volta dos meu sete anos, em um velório de uma conhecida de minha família, uma senhora gorda, de seios fartos que pareciam a sufocar em seu caixão apertado, naquela capela abafada envolta de choros convulsivos dos entes não muito abastados, misturados com sentimentos de condolências e piadinhas de velório. Familiarizei-me com aquela faceta da morte, a morte do corpo que traz consigo a separação dos espíritos. Logo descobriria que para a classe dos poetas separar-se de alguém querido enchia-lhes de inspiração, já aos pobres e desinformados traziam dor e tristezas, é horrível, essas pessoas não conseguem ver apenas como uma tranformação a qual estamos todos fadados, elas não saúdam a as mudanças, inclusive essa, as apedrejam ao invés de serem gentis.
Por volta dos nove tive outro encontro com essa senhora bem penteada, bem afeiçoada, sorridente. Ela me acariciou, me disse palavras tão lúdicas quanto lúgubres. Enfim e seduziu e arrancou-me a pureza do olhar, trago comigo as marcas disto, fui manchado, manchas na alma, minhas primeiras das muitas outras que se suscederiam. Assim então, pela primeira vez fechei meus olhos cadavericamente para uma das possíbilidades da vida. Amorte desta vez dirigia suas atenções a mim. Não a assistia mais, apenas devolvia-lhe o olhar frio e penetrante, mas envolvente.
Aos treze encontrei nela uma companheira. Seu silêncio me era encantador, sua paz era tudo de que precisava. A solidão que trazia sua presença cadente me dava força para expor minhas entranhas e não enlouquecer. a sós com ela me encontrei, e deois convivi comigo por alguns anos. Mas eu udei, mudei e não deixei endereço. Então para preencher o vazio que restara, acabei me enchendo da vida dos outros, dos sentimentos dos outros, dos filmes, das bebidas, dos aromas, dos sons. mas após o prmeiro encontro não se afasta mais a morte do corpo. Como uma meretriz apaixonada ela nos dá prazer e nos rouba atranquilidade da consciência. Nos pertuba e ameaça expor nosso caso.
Aos dezessete provei a primeira dose de seu veneno, senti no canto da boca o gostinho do seu ciúme. Não era mais o menino seduzido, era agora o rapaz apaixonado pela vida. O ímpetode viver estampava meu peito e moldava meu sorriso. Isso era desdenhar, a morte. A traia com com sua rival. Trocava as noites quietas e solitárias pelos dias frescos da juventude. Enfureceu-se, deixou sua raiva dominar suas atitudes e deu-me o derradeiro aviso. Tarde demais. Já estava morto novamente, lá estava eu experimentando a morte dos meus sentidos. Me arrebatou dos braços da vida e me aprisionou no cárcere de sua filha bstarda, a tristeza, por longo período.
Devolveu-me a terra, deixou-me a força da vida, mas para garantir que não voltaria a ter outro caso, tirou-me a alegria do viver. Hoje sou defunto ambulante, carne sem vida em meio aos viventes.
Guarde seu receio para depois. Se você se idntifica ao ler estas afirmações, não se assuste, como eu não há só nós dois.

Texto de Jesimiel Sales,
cedido por e-mail. 

8.1.10

Sinais - 02

Enfim, adentrávamos mais um ano, e como qualquer outro, abraços,, desejos, promessas, coisas insanas e repetitivas que as pessoas costumam fazer todos os anos. Não sou muito lá dos rituais, mas gosto da coletividade e dos delírios pecaminosos da gula que se estravagam nesses dias.
A madrugada do primeiro dia do ano já se estendia lá pelas tantas, e lá estava eu, muito abraçado, mas totalmente vazio, já havia desejado a muitos felicidades e de muitos recebido os mesmos votos, mas não era o suficiente, era um vazio, uma sensação estranha com a qual já venho lutando há um tempo, mas que não se estendia além do meu olhar, fica por de trás dele, entristecendo-o.
O nada era tanta coisa, que já se ia longe a minha mente quando pensei nela, a luz, a cor, o cheiro, o que restou dos destroços da minha antiga, e não tão distante vida. Como a queria por perto: -Ligar-te tentei juro-lhe! - mas de nada adiantou.
Adentrei o ano, e a felicidade de tê-la aparentemente ficou no ano que passou.
Mas se por ai ficasse o desdém da vida para comigo, procurei por tudo e todos que um dia me cercaram, e ao menear a cabeça, vi que só ficaram os apontadores.
Muito ouvi nos estudos matinais dos domingos a história de jó, que homem, que exemplo, a vida o traia e ele acariciavá-lhe os cabelos.
Que esse seja o prelúdio dos sóbrios dias de alegrias que virão, e se estabelecerão como nuvem que repousa, sobre os justos.

Texto de Jesimiel Sales, 
cedido por e-mail.

2.1.10

Novo.

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Desde então imagino tudo melhor (todos, na verdade, fazem isso).Trazemos a esperança mais pra perto, os sonhos tornam-se mais vivos e a alegria toma conta de nosso sistema mental. Para nós, que de nada sentimos dor nesse momento... Caso que não acontece para aqueles que viram a morte chegar assim como o novo ano. Pior para os que viram chegar a morte de outros.
Triste.
Lamentamos, mas não esquecemos de tudo o que nos cerca. O champagne que acompanha as festividades, os cidras, vinhos e cervejas. Pode até sair palavras que expressam nossa dor pela boca, mas é minúscula. E não atrapalharia a contagem regressiva.
Vejo que os segundos poderiam voltar e levar junto consigo todos os destroços que atingiram os corações dos seres que agora lamentam e afastam toda forma de um novo ano de abundância, como as segundas que nos trazem força para começar algo que desejamos com alegria. Ou pelo menos, assim foi até agora comigo.
Que os 1ºs, segundas e inícios sirvam para todos, independente do sentimento empregado. Que desse jeito possa ser iniciado (não importando como) um novo ano.
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Por aqui, a contagem regressiva foi confulsa. E as felicitações seguiram esse ritmo.
Enfim, um bom ano para todos nós.

Bons sentimentos!
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[obs. Jeito estranho de se iniciar um ano, e desejá-lo boas coisas. Ou lembrar a virada. Depressivo isso.]