30.5.10

Sofrendo pelo que não aconteceu


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Sentado no "batente" da porta imaginava as inúmeras possibilidades do futuro acontecido. E, admito, fiquei com medo das possibilidades que me surgiram. Não é no sentido de desagradar, mas a porcentagem disso virar merda é tamanha que me assusto ainda mais. Não se trata de vales. Trata-se de estar bem... E, teoricamente, gostar.
Acho que não estamos gostando do gostar do outro.

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25.5.10

Escucha la llamada

Estávamos em quatro. Na verdade em cinco, o Cacique permanecia sentado sobre a mesa, perdendo suas forças e depositando sua vida em nós. Os quatro eram aqueles que não estavam mais tão juntos, era um encontro marcador, com hora e tudo. Dia de matar todas as nossas vontades. Três mulheres e um homem. Ocupados e bem, mas bem distantes!
Naquele instante tudo era válido, e mesmo que as imaginações e perversidade alheia fossem acometidas sobre nós, não ligávamos... O tempo corria rápido e nossos reflexos tinham que acompanhá-lo. Aproveitávamos a oportunidade nos dada. Depois daquilo, certamente estariámos separados, remoendo tudo o que não pudemos fazer.
O melhor da saudade está aí, encontrar!  Sei também que não me canso em estar aos teus pés. E a proximidade me fazia, também, muito bem. Hoje, fora  da noite, o que peço é a própria noite imaginada. Querer poder ter vocês três nas mãos, mas sem maldade, ou com ela, tanto faz. As confusões só são frutos da nossa produção na noite.
Sou enlouquecidamente apaixonado por vocês.
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Éramos embalados pelo rum.

"Aprovecha las confusiones que se producen en la noche."

[som]



Um pequeno bom som. Caetano e Maria...

24.5.10

Só mais uma e uma noite

Eu acendo meu cigarro com todo o cuidado para te fazer me olhar, ao fundo o cenário construído em cinza e negro me deixa num fabuloso contraste e teu brilho me clareia em pele vívida. O terno me veste em perfeição e a flor depositada no meu peito está de braços abertos para o teu afego. Admiro-te aqui do outro lado do pub e ao descruzar tuas pernas levanto-me para novamente me sentar à tua frente. As íris nos cercam e teu lábio movimenta-se cuidadosamente para me excitar, observo. Em meias palavras, e em a rosa branca que logo está depositada nas suas mãos transforma-se em vermelha, lhe beijo, me beija. Mesmo tendo a mesa circular nos atrapalhando já posso sentir que dentro de poucos minutos estaremos bem colados.
O táxi nos surpreende e o caminho dura bem menos que o comum.
[...]
Sua pele macia enroscada nos meus pêlos me deixa bem descançado depois de quarenta minutos passados.
O lençol cobre nosso corpo nu. Agora tudo já está bem menos atraente que antes, vejo que fui saciado. Parto-me!

21.5.10

[cine]



...é preciso muita imaginação!
Na última segunda fui no cinema assistir este tão comentado filme. E saí de lá fantasiando (em altíssima qualidade - não foi em 3D, mas mesmo assim...) todas aquelas cenas! Muito belo... A história como já conhecida é bem legal, mas a construção desta que é impressionante.


[clique na imagem em ASSISTIDO aí ao lado para saber mais]

Eu e meu óculos

O óculos depositado sobre a mesa descança suas pernas da cansativa rotina semanal. Sexta-feira livre nos faz - eu e ele - respirar um ar de pureza, sem a carga tanto elétrica quanto química que nos são impostas. A noite parece prometer uma fadiga por não haver algo a fazer, mas não estamos reclamando! Não, não me entenda mal. Ou nos. Só estou, talvez, sugerindo um atrativo um tanto quanto prazeroso de se fazer. Mais prazeroso ainda do que ficar nessa liberdade de conhecimentos obrigatórios.
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Reflito, às vezes, naquele desejo que boa parte da população tem: "querer estar assim, sem algo a fazer". Mas como nos cansa! (Estou falando por nós dois). Eu por me entreter, ele por não ser utilizado. Desde essa sequência de reflexões a respeito do assunto que tenho desejado da seguinte maneira: "como eu queria fazer apenas o que desse vontade de fazer, e ter como saciar essas vontades. Caso ocorra uma obrigação que essa não seja obrigação pelo fato d'eu gostar dela". Entende? (E o pensamento precisou de uns minutos extras por sua extensão).
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Pois bem, como agora eu não tenho como saciar esses desejos, viro-me para a tela e com a capacidade mental que ainda me resta fantasio todos os meus momentos prazerosos. "Saciatórios!"
E ele? Me encara da mesinha ao lado. Ainda descança, mas por pouco tempo!


13.5.10

6.940

"Agora; as rugas nascem rapidamente. As olheiras crescem como as orelhas. Meu sorriso oscila entre largo e diminuto. Meu amor pelas pessoas continua seleto. E a felicidade aumenta no meu peito. Sou quem deveria ser."


Às 12h45min, terça-feira.

5.5.10

Uma das minhas

A bomba explode na minha tela.
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Fujo correndo pelo chão empoeirado, descalço, pisando em pedras e sangrando.
A dor não me aparece, meu cérebro trabalha com uma tonelada de adrenalina sendo despejada...
Na mão o instrumento de pavor. Eu quero jogá-lo para longe, para no mínimo depois da cerca que corre junto ao meu lado. Não sei para onde realmente vou. Voou... Ou tenho esse sentimento pulsando nas minhas artérias. Essa vontade enlouquecida de cair pelo mundo e viver, viver feliz nos meus instantes só meus.
O ar sai mais do que entra. Meus pulmões cansam, um som rouco escapole pela minha boca e paro. Ando como que tranquilamente até sei lá onde. Depois de trezentos passos dados, paro! Olho para o objeto na minha mão... Ele marca dez segundos. Vejo que tomei distância suficiente... E espero...
Cinco, quatro, três, dois... UM!
Meus olhos fechados não veem que o um ficou ali... Como que querendo passear pela eternidade.
Não explodo. Não explodem... Essa bomba ainda não me destruiu.
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O CAST sobe.