28.9.10

Semana de cão!!! - Farmaco Um, o genocídio

A semana só está na metade e já estou com olheiras do tamanho da face inteira. Há algo, no universo, chamado farmacologia - o mesmo que: estudar, não aprender e brincar de se fuder! Mas é ruim, mas tão ruim que chega a ser bom. Se isso é possível.
Hoje, por exemplo, tive discussão do Caso Clínico I. Homem com intoxicação e por aí foi... Mas não bom. Foi uma merda geral... O primeiro caso da turma e uma decepção. Se eu falei? O máximo que fiz foi levantar, ir ao quadro e tentar resolver uma questão de cálculo de gotejamento. Após a aula o docente disse que estava no caminho certo, mas durante, ele fez o favor de pedir para que fosse estudado novamente. BOM!
Amanhã tem a discussão do Caso Clínico II, câncer x morfina, asma x broncodilatador, enxaque x e seus devidos medicamentos, choque séptico x vasoconstritores e álcool x analgésicos. Pequeno assim, e eu? Feliz por isso, não?!
Espero que não seja tão deprimente quanto o de hoje...
Para completar a Jornada Farmaco, tenho uma prova na quinta. Sim! Farmacocinética e Farmacodinâmica. Ainda não estudei a fundo... Isso é uma promessa de que tirarei uns... rhuhum... 4? Tudo bem! Torçam para que seja mais!!!
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Dois fatos são bons: A segunda, não por ser segunda, mas por ter ido ao hospital - como enfermeiro - pela primeira vez. Fiz alguns exames físicos e assisti uma retirada de sonda (O_o). FELICIDADE DE BOBO!!!
E a sexta. Por ser sexta e combinar com álcool e esquecimento de todos os problemas semanais...

Espero que a segunda metade da semana seja melhor que a primeira!

"Jalecos, estetoscópios e chifres vermelhos? Não não... Foi uma mera sacanagem!!!"

21.9.10

Fale...

“O amor não tem esfera específica para ocorrer. Surge do nada e habita cada canto do corpo, pensa por quem sente, age por quem sente, mas não sofre por quem sente. Talvez seja esse o problema. O egoísmo do amor em se apossar e acabar com o que ainda podem dizer de vida. Todavia, há o que comemorar com sua vinda - a ideia de esperança, de um futuro melhor, de plena felicidade – se acaso quem ama tenha sorte de encontrar a quem lhe ame. E ainda mais, que isso perdure e seja vivaz.”

...com todos eles.



O ano em que todos saíram de férias

Na inocência guardada por uma criança o ano de setenta fora marcado por futebol (o tricampeonato inspirava a turma da rua a jogar bola e sonhar em ser um dos heróis que completava o seu álbum de figurinhas), as mulheres (vistas através de uma greta bem atrás dos vestiários onde elas trocavam seus vestidos rodados por outros vestidos rodados) e pelos judeus que habitavam o prédio escuro e frio e ajudava a completar sua solidão. Sim! Judeus e todos os seus hábitos intrigantes e sua língua incompreensível. O que acontecia no que diz respeito a país? Nada demais. Era apenas a ditadura que corria no sangue das ruas.
Naquele momento todos que não eram a favor da “politicazinha” que reinava, ou brigava escancaradamente ou saía de férias. E eles saíram de férias e o deixou aos cuidados do vô, agora morto. E o que lhe sobrara além de seus botões e caixinhas de fósforos? A possibilidade de criar novos laços e amar novas pessoas. Foi assim sua férias. Bem diferente da dos seus pais e de boa parte de quem queria mudança.
Mas não era de felicidade completa, não era de aproveitamento do imenso espaço de tempo livre. Permanecia sempre ali, diante do telefone, diante da encruzilhada, diante das notícias que não chegavam e quando chegaram era melhor terem vindo completa, mas não. Um pedaço seu ficara pelo caminho, se atrasou e não voltou...
Ele estava perdido. Ele, por todo seu território, estava perdido.

“-E mesmo sem querer nem entender direito acabei virando uma coisa chamada exilado. Eu acho que exilado quer dizer: ter um pai tão atrasado, mas tão atrasado que nunca mais volta pra casa!”



13.9.10

CONTO: DISTÂNCIA 26

“...minha mão em tua cintura copiando tua mão na cintura minha...”


Conto às vezes em que não penso em te ver. São minúsculas, assim como meu movimento à sua procura. É essa timidez que mata todas as possíveis chances que um dia eu poderia ter. Mas minha esperança é sempre reavivada quando ouço suas batidas na minha porta, sua voz chamando pelo meu nome, seu tratamento carinhoso que mantém um jogo sensual cuidadoso. Daqueles que não se lança por completo, se protege e aguarda um movimento estratégico da outra pessoa. E eu? Assim como meus sonhos, respiramos tranqüilos, lívidos, vívidos, libidos!
E aí sorrimos. Mantemos esse lance de dentes à mostra por segundos que demoram e logo em seguida lançamos das nossas bocas e mãos brincadeiras que possuem mais que duplo sentido. Entretanto, me parece que se o objetivo desejado for consumido não ficará mais gostoso a partir de então. Parece que esse rubor facial sumirá como em inúmeras vezes aconteceram.
Estamos excitados em não nos tocar. Gozamos da/de felicidade em apenas imaginar a possibilidade daquilo acontecer. É esse o sentido de gostar e querer bem. Todavia pertencemos a uma classe de animal que não se contenta em apenas observar o molejo do quadril da fêmea, do seu busto preso por detrás de poucos panos. Os machos querem o tato, os lábios, a língua, o corpo por completo. E quando isso acontecer, manteremos até vivos em algumas semanas esse calor de agora... Depois?! Depois sumirá, apagará...
Então, o meu objetivo de agora e fazermo-nos querer sem poder ter. E se poder ter, fugir e rir. E só depois por um fim!
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É nesse momento que matamos nossa fome por carne.