15.6.12

Desde que nos declaramos racionais.


Todo esse jogo serve para alguma coisa.
Para se afastar dos domesticados que prezam e alegam uma racionalidade superior. Tais que fingem saber discutir conscientemente, que pregam segurar entre as mãos o poder do conhecimento e, entrando na soma, inferiorizam os que por instinto (e aí se entende por verdadeiro) agem. Todos os animais, sem exclusão.
Refiro-me ao jogo político que estamos cercados. Hoje, mais que qualquer outro ano, estamos experimentando toda a encenação da convivência. Temos que pensar exageradamente no que falar e para não cometer erros, melhor não falar. Percebi a um tempo que não podemos defender um ideal se nem o interiorizamos, ou construímos, ou refletimos. A desculpa do mundo globalizado esconde a burrice que todos estão fadados a viver se não nadam contra, principalmente a nova geração, que por sinal me incluo. Há uma preguiça generalizada em refletir e aprender. E é a partir desse princípio que os oportunistas abraçam a massa, tal massa que não quer ler um livro, ou entender todas as opiniões, ou refletir nos acertos e erros de todos, e que apenas se juntam a outrem por que ele acredita ser bom, e se assim é, por que eu também não posso tomar como meu?
Acho cômico, além de trágico, como os seres racionais podem se definhar e se dilacerar ao defender o nome de Zé ou João, enquanto esses dois apertam as mãos, firmam contrato e riem exasperadamente dos peões que morrem no tabuleiro. Bonito mesmo é o discurso da primeira página do site de pesquisa que todos decoram e fazem como se fosse seu: uma cidade/universidade melhor, com inúmeros projetos de melhorias, com honestidade e competência, visando a construção de um futuro próspero e... Complementam com mais palavras bonitas ou não. Não tem problema se não forem bonitas ou se tiverem erros ortográficos e gramaticais... A massa não liga para esses detalhes retrógrados (na internet, por exemplo, o importante é se comunicar). Sabendo que esse discurso realmente quer dizer: quero o poder e a máquina, depois o que vier é lucro! Todavia, acredito numa porcentagem ínfima que não copia o discurso, mas reflete sobre ele e age em cima dele.
Pois bem, nesse momento observo a movimentação dos inúmeros racionais políticos que brincam em se divulgar, utilizando os peões, as torres, os cavalos e os bispos para fazer seu nome e, otimistamente, seu bolso crescer. Se realmente quisessem fazer algo produtivo sobre o território (cidade/universidade) não olhavam para as pessoas – adversários e eleitores declarados e discretos – como um partido ou uma cor, e sim, analisavam o potencial que aquele indivíduo teria para contribuir na sua gestão em prol da construção de um futuro melhor