22.2.14

O mosquitinho ou a, não saberá.

Lá estava ele, simples, como se aquele papel amarelo colante fosse um gigante campo, como o terreno na caatinga. Diante o seu tamanho, e a partir das bordas do campo de caatinga existia, quem sabe, um oceano, riscado em branco e azul, tão macio, mas tão macio que era gritante contra a aspereza do terreno amarelo. E mais adiante existia uma montanha anuvemzada, branca amarelada - tem gente que diria estar encardida, mas ela não acreditaria nisso. E o tempo, e a brisa que vinha de um lugar exato e a calma e aquela estranha coisa com árvores distribuídas por uma imensidão e um paredão colorido logo acima... Ele ou ela, não se sabe, tranquila. Mas é que de repente esse local com árvores distribuídas se move e vem em sua direção, e no instinto inerente tenta voar com suas tímidas asas, mas cai sobre seu corpo todo aquele peso de gigante, e arrasta.
O dedo tornou-se sujo. O papel amarelo autoadesivo também.


UMA NOTA QUE NADA TEM SENTIDO: Li o Felicidade Clandestina, Clarice Lispector. É belíssimo, com a sutileza da realidade, do cotidiano... Ou mesmo sua conotação áspera, crua e vívida. A Clarice nos deixa próximos das suas ideias, do que seus olhos viram e sua mente imaginou. É gostoso, apaixonante e rápido. 
Preste atenção na simplicidade!
"[...]Pois se alguém prestasse atenção veria que ela lavava roupa - ao sol; que enxugava o chão - molhado pela chuva; que estendia lençóis - ao vento. Ela se arranjava para servir muito mais remotamente, e a outros deuses.[...] A CRIADA"