29.3.12

“- Não é pecado, é diversão. O que faço com meu corpo não é sua preocupação!”


A manhã do amanhã já é presente, de grego, mas ainda assim aceitável, e ela desnorteada em tempo e espaço perambula por entre os poucos sonolentos que buscam uma boa onda. Seus pés com areia, apenas uma cueca azul, sua blusa em soma com sutiã ajudam em evidenciar o crime. Bebeu, fumou, cheirou e transou.

Essa é uma combinação repudiada pela sociedade. Quatro verbos que não devem ser conjugados juntos caso você não queira uma resultado catastrófico. Quem sabe um dos três primeiros com o último. Recomendo por sinal... Mas não seja tão leviano e irresponsável. Depois de devido conselho e repreensão conto-lhes o que meus olhos não viram, mas o que muita imaginação recriou.

Era noite festiva, dessas que adoramos estar presentes. Todos amigos reunidos, amigos de amigos e amigos de ninguém. Curtindo um bom volume de música, uma péssima ou, até mesmo, mediana escolha de áudio, não importa. A bebida vem fácil, sem empecilhos, sem discriminação e toda aquela massa incentiva seu uso. São dois, três copos, uma garrafa, duas, quem sabe três vodcas, uísques... Labels da vida.
Aí sim aparece o cigarrete. O cigarro de tabaco, maconha ou de palha. Um grupo do grupo aprova o fumo, já descriminado! Mesmo que seja apenas o “branco”, somado ao álcool a Terra não é mais um globo. Ela já se torna surrealista. Lenta, engraçada, filósofa. Para alguns, sem pestanejar a carreirinha se transforma em sucção, coceira no nariz, irritação nas cavidades, agitação em promessa. Imagine então quando tudo isso é somado dentro de poucas horas, dentro de muito espaço, dentro de uma população despreocupada com o sol nascer?!
A guria descolada não se enxerga nessa situação, as amigas, talvez naquele ano, as melhores, também não. Um sedutor barato, aproveitando da diversão impressa na face entrelaça seus dedos nos dedos finos da menina, e a puxa. Não num socavão, não! Deve ser discreto, deve ser ainda assim, romântico.
Por detrás das ruas principais encontram-se ruas paradisíacas, destinadas exclusivamente para navegantes que buscam quinze minutos de paz entre si. Enquanto ele a leva é possível vislumbrar corpos somados em somas simples, de um mais um e em somas mais elaboradas, como em dois mais um ou dois... A escolha do recanto deve ser minuciosa, as lâmpadas não devem alcançar! Não se busca proteção para partes baixas e sua malemolência, quando se vê dois vultos em tamanho movimento é certo que há o que se deve ser. Mas é a cara que se esconde em palmas. Aquele sol a nascer pode guardar vergonhas que custam a desaparecer. Todavia o galã oportuno tem medo de consequências mais severas, já que sua dondoca foi tecnicamente raptada da roda amiga.
É então que o último verbo é conjugado e consumado. Satisfeito por sua performance, o indivíduo se veste às pressas, talvez por motivos coerentes, e deixa pra trás sua cueca. Naquele momento, o que importava? Se emaranha na escuridão das ruas e volta para a curtição. Contando vantagem. A guria, tendo o efeito dos “animadores” diminuídos se vê atordoada naquela situação. Sua calcinha e short já tem mais dono, o que lhe resta (em teorias conspiratórias populacionais) é a cueca azul para proteger o que naquela noite fora apenas de um. A claridade devasta sua inconsciência, o barulho agita seus neurônios, o rosto amigo se aproxima, e a confiança de uma boa dormida lhe recai aos ombros.
As maçãs faciais ruborizadas não tem proteção. Os efeitos do amor e outras drogas estão em zero. A consciência, sua e alheia, pede explicação... E é aí que passa a funcionar a sua imaginação.

12.3.12

Câmera, som e produção




Achei decente, com um "barulhinho" legal de se ouvir e uma excelente imagem. Além da curiosidade de uma produção individualizada!