26.11.10

e-mails trocados de um mesmo mundo

Caro amigo,
     soube que passas por dificuldades sociais. Essa missão da segurança nacional é positiva, busca a apreensão de bandidos e afins. Imagino o desconforto que deve habitar seu bairro. Questiono-me se a população está de acordo com essa "invasão". Daqui torço para que tudo dê certo e que possamos viver num país mais seguro. Só assim vamos observar projetos eficientes do goveno serem implantados aí.
Estou bem, além de preocupado com essa situação. Posso ver pela TV o que lhe acontece. É bárbaro!
Abraços.
Att, Sr. Classe Alta.


Amigo,
     agradeço sua preocupação, mas ela agora não me serve de nada. Minha comunidade não dorme, não come, não anda e agora, também não respira. Pode ser positivo e espero que seja. Mas nossas ruas parecem um abatedouro. Minhas crianças, que nunca brincaramm na água e sim no esgoto, agora pisam e pulam no sangue. Porque tenho que me preocupar com a União se o inferno é aqui no morro? Seu país não é o mesmo que o meu. Eu torço pra que possamos sobreviver depois (até) que isso acabar, seja como for.
Não estou bem. E, a partir de agora, dificilmente estarei. Vejo pela brecha da janela o que realmente acontece! Não é bárbaro!!! É o nosso fim... Não o começo.
Despeço-me.
Att, Sr. Classe Miserável

24.11.10

Templos

Isso de fato se encaixa nas situações curiosas que me encontro.

O cara parado do outro lado da pista encara as opções de sua vida. Não são das melhoras, mas de alguma maneira é possível tirar o proveito de ambas. Então, o que está na mesa?
De um lado reina um império construído com base na palavra de um tal deus, um que gosta de música alta, assim como as falas. Que se sente confortável no ar-condicionado e é de acordo com a faixada azul. Pode ser inserido na conta, uma porção de fiéis loucos e aptos a fazerem o que o funcionário do correio divino propõem. Parece ser divertido estar na paz e meditar o que a vida nos traz.
Do outro lado, apenas dividido por uma parede simples de blocos simples, encontra-se o antro “da perdição”. Isso depende muito do que os primeiros a serem mencionados aqui dizem. Há uma lista de adjetivos que descreve esse lugar. Nele impera Bob, com sua música totalmente meditativa, ainda mais em conjunto com a Erva. Nas poucas mesas a cerva de cada dia. No cabelo os drads de sempre, na boca o assunto da vez. Uma tal de liberdade, que gosto do que todos gostam. Esse pessoal está apto a fazer tudo que der na telha, só depende do tanto de etílico que se encontra. Então o mestre da vez é o Seu, aquele que fica por detrás do balcão.
Ele fica meio fica meio perdido com as opções e...

*Relato da minha volta da UESC, logo na esquina da minha casa. Dois templos! Encaixa-se nas observações construtivas.

22.11.10

Balanço do Tempo


"Não gosto do relógio que corre, nos faz viver menos... Aquele seu ritmo um tanto acelerado não agrada, nem é poético. Prefiro o que ligeiramente pausa. E retorna. Pausa. Retorna. É mais gostoso, temos a sensação de que estamos vivendo mais dentro do segundo em que observamos. Sua melodia em tic-tac, seu toque surpreendente. Esse sim é mais proveitoso e até sensual."


Estava eu pregado na cadeira desconfortável do centro do vai-e-vem, da pressa e imperfeição, da agonia em não estar na estrada e ter a sensação de que falta pouco tempo para sair dela. Então, perco minhas horas observando o comportamento alheio e a fúgida corrida do relógio. Resumindo, nada!
Mas viver o pleno nada nos revela curiosidades e constrói esse olhar crítico, pré-conceituoso de que gostamos tanto. Entre mulheres conservadoras, puritanas e as bem safadas, com seus vestidos e calças apertadas; os velhos e as babas (nessa classe evidentemente estão os taxistas); as crianças e inocências; outras nem tanto; e nós, a fase da adolescência ao adulto, com seus olhares impiedosos, gulosos e em ápice gozo - isso ao se referir às gurias de pernas grossas e glúteos fartos. E assim o tempo me passa e eu passo a compreender os valores de cada!
Vivo "trechamente" esse rápido e me encontro farto. Da espera, do que estou fazendo, da vida, de agora. Mas não me canso do impuro e delicioso... Tic-tac do quadril dela.

*Apenas uma observação nada construtiva. Relato o meu desejo alheio... E o dos outros também.

21.11.10

HP7 - Parte 1

Então... Lá fui eu experimentar o cinema de IOS. Desculpa a todos ilheenses, mas aquilo lá parecia mais uma sala de televisão com um Datashow projetando uma película, que por sinal estava – parecendo – meio antiguinha com tantos problemas de corte, cor e focalização. Mas como disse meu caro amigo entendedor de cinemas e também ilheense: “-Não reclama muito porque é o que tem para hoje!”. Verdade... Enfim, vamos ao filme.

Ele realmente é muito bom, todavia não é o melhor da série. Acredito que para quem não acompanha a saga de Potter achará um filme cansativo e monótono, não posso negar que por volta de 1h40min de película rodada eu me senti meio down, mas logo depois meu animo foi recuperado e voltei a assistir entusiasmado. Uma outra observação que devo fazer é: saí do cinema não tão ansioso pelo segundo. Uma parte de mim – óbvio – está curioso e acreditando que a segunda parte será estupenda (extraordinária, fantástica, emocionante, maravilhosa e outros adjetivos mais que positivos), outra parte pensou: “- Aí aí Potter, o que tu fizestes?!”.
Recomendo para qualquer um que for assistir primeiro ler o sétimo livro, se não der tempo de se informar de toda a história. Segue os capítulos do mesmo, não tem como negar. Mas acho que terminou, sei lá... De uma forma que eu não esperava. Talvez se eles produzissem um final mais... como posso dizer... UAU! aí sim ficaríamos loucos de paixão.
Novamente, enfim... O filme é muito bom em história, efeitos especiais (as cenas de fugas e lutas ficaram muito boas. Assim como as aparatações), o som, as músicas e a interpretação dos atores. Ah sim! Tem uma comediazinha e um drama, mas que não faz chorar... Pelo menos não me fez.

Assistam! Um bom filme para guarda na cachola. Mas não façam isso no cinema de Ilhéus, nem na sessão de 17h30min. As únicas coisas que eu tirei de lá foram: um bom filme, uma guria fantasiada de bruxa e uma baita dor de cabeça!