22.11.10

Balanço do Tempo


"Não gosto do relógio que corre, nos faz viver menos... Aquele seu ritmo um tanto acelerado não agrada, nem é poético. Prefiro o que ligeiramente pausa. E retorna. Pausa. Retorna. É mais gostoso, temos a sensação de que estamos vivendo mais dentro do segundo em que observamos. Sua melodia em tic-tac, seu toque surpreendente. Esse sim é mais proveitoso e até sensual."


Estava eu pregado na cadeira desconfortável do centro do vai-e-vem, da pressa e imperfeição, da agonia em não estar na estrada e ter a sensação de que falta pouco tempo para sair dela. Então, perco minhas horas observando o comportamento alheio e a fúgida corrida do relógio. Resumindo, nada!
Mas viver o pleno nada nos revela curiosidades e constrói esse olhar crítico, pré-conceituoso de que gostamos tanto. Entre mulheres conservadoras, puritanas e as bem safadas, com seus vestidos e calças apertadas; os velhos e as babas (nessa classe evidentemente estão os taxistas); as crianças e inocências; outras nem tanto; e nós, a fase da adolescência ao adulto, com seus olhares impiedosos, gulosos e em ápice gozo - isso ao se referir às gurias de pernas grossas e glúteos fartos. E assim o tempo me passa e eu passo a compreender os valores de cada!
Vivo "trechamente" esse rápido e me encontro farto. Da espera, do que estou fazendo, da vida, de agora. Mas não me canso do impuro e delicioso... Tic-tac do quadril dela.

*Apenas uma observação nada construtiva. Relato o meu desejo alheio... E o dos outros também.

2 comentários:

  1. Cheguei a pensar num relógio sexual, aquele nada pontual, mas que te marca... deveras, better.

    ResponderExcluir
  2. a graça da belez não está em existir, mas em ser percebida!
    seria interessante uma vida em slowmotion...

    ResponderExcluir