27.3.09

Uma vez e outra.

E por mais corrida que esteja a vida você percebe as minuciosas situações peculiares que nos são apresentadas. Dias você observa aquela borboleta que para na sua parede fazendo-te crer que algo irá acontecer... Não importa como ou quando... É como aquela ideia do bater de suas asas e um furacão do outro lado do mundo. Ou talvez observa o gato afável brincar com a amedrontadora esperança – aquele bichinho verde que nas garras do bichano é delicada. Mais engraçado ainda é quando percebe que olha pro molejo da grávida, ou pelo andar engraçado da senhorinha vizinha. São essas coisas que nos distraem... Ou é assim comigo. E peço mais dessas situações... Sugiro que tal... 24 horas de pura despreocupação e observação do mundo. Hoje demoro a fazer tais questões... Tais ocasiões belas de se vislumbrar. Eu ‘tô crescendo – natural – e quero ficar pequeno. Sei como se dá aquela frase de adulto quando dizem querer ser criança... Tudo é mais divertido. Com um sorriso na cara... Hoje nos forçamos a rir e por muitas vezes nós é que utilizamos o vermelho no nariz e não achamos graça nenhuma em tudo que cerca. Não pensava assim até dias atrás... Já cansei das coisas. Saturou! E parece que meus sonhos esvaíram-se...


- Ou eles só mudaram e você ainda não percebeu!
Anita diz.


16.3.09

...coisa do instante de domingo.

Talvez seja coisa de momento e/ou personalidade. Torço para que seja a primeira opção, mas caso não for pra que se estressar e brigar por algo inútil. Não o ser... Todo o assunto – inventado. Além do mais temos outros tantos para explorar e cada um desse tanto são tantos que faltará tempo para dedicação e conhecimento. São nesses momentos prazerosos de descobertas que descobrimos a importância de todos esses – mesmo que minúsculos – fatos e dias e horas. E no dia atrás fomos a qualquer distância buscar a alegria e o conforto que sabemos que em qualquer lugar encontraríamos (um pouco excessivo demais isso). Amo-vos muito. E depois desses instantes a coragem que temos para encarar o mundo parece crescer. Óbvio que queria mais... Mas mais não nos é permitido!

10.3.09

...respire ¬04

“E agora o máximo que conseguimos é a transmissão de vozes. O contato esvaiu-se em toda essa distância e esse é o primeiro respire sem toques. Você longe, só, e eu aqui, com todas as minhas dúvidas e certezas. E minha imaginação fértil esperançosa. Quem sabe um encontro no corredor frio e escuro?!”


Depois de datas sem nos ver saio de casa pela manhã na esperança de traçarmos as nossas pernas, braços, beijos e amores à noite.
[...]
Minha mochila ainda nas costas, toco sua campainha, você – num de seus costumes passado - corre escada abaixo e me vê atrás daquelas grades. Vejo a princesa de qualquer conto. O portão aberto assim como todo o meu corpo. Saímos da claridade oferecida pelo começo de tarde e adentramos no corredor frio e escuro. A mochila cai. Meus braços caem. Tu sobes. Meus lábios nos teus seios, minha orelha na sua boca. Teu sussurrar molhado, nossa pele molhada. Teu corpo nu, minha boca cheia. Minhas costas arranhadas e vozes alheias de aproximação. Abres a porta, catamos as tralhas. Sentimos a brisa que vem da porta aberta. Os olhos que nos vêem, as bocas que abrem e meu pedido de licença. Tu ri, eu gargalho. A porta fala perplexa.
[...]
Nossos corpos encaixam-se...







PS: Não gostei desse texto. E estou sem outros.
Foto de Paulo César.

6.3.09

possível!

Acordei só. Havia nada ao meu lado, ninguém. Percorri meus olhos pelo quarto de paredes brancas e nada. Restava a brisa que refrescava o ambiente. Incolor. Levantei assustado pela aquela situação e procurei nos cantos algum sinal de respiração além da minha. Achei somente o ronronar do felino que se entrelaçava entre minhas pernas. Sentei no batente da porta e pensei. Só. Aqueles minutos eram mais eternidades. Depois de anos vejo-me perdido no lugar que sempre vivi. Sinto-me assustado por ninguém estar ao meu lado quando mais preciso. As pessoas tornaram-se independentes e eu segui os passos inversos. Escuto meu nome sendo chamado... Num tom de socorro, num grito aliviado. Corro, traço as curvas da casa. As janelas fechadas, o portão semicerrado. Penso: devo estar partindo pra um lugar mais confortável... Só pode ser mais confortável! Nestante deve ser meu último jantar. Só. E as velas não serão mais acesas. E os pratos ficarão sujos... Assim como meus pensamentos. Teus pensamentos. Não haverá coisa alguma. Partirei para o encontro de alguém... “Alguéns”! Vou respirar tranquilo... E o peso que hoje é depositado nas minhas costas cairá junto. Virará pó... Ou passará para outras costas. Eu só quero que tudo se esfrie!

...Acordo sobressaltado. Febre, 40°.