23.5.11

Primavera

Depois do inverno doloroso, é esperada a a primavera e todo seu reflorescimento. É esperada o crescimento das boas coisas... É esperada a primavera "astral".
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O drama surgido num dia chuvoso e no começo do frio pode ter acabado na chuva, mas um pouco mais quente.    A cama pode estar menos cheia e o calor do corpo - de um, e apenas - seja o suficiente para esquentar o corpo e que o faça viver com mais vigor. E o rumo "caminha" para um verão formoso e claro. Com boas ideias e atitudes... Com uma liberdade gostosa de se viver. É assim o esperado calendário das estações daqui da minha cabeça e do coração.

Devem servir...

21.5.11

DRAMA

O dia começou nublado hoje. Melhor, nem começou e provavelmente não irá. Permanecerá assim por uma semana. E o pior é que nada posso fazer. Minhas ideias, iriam comprometer muito gente e se apenas dois fosse o resultado no término eu poderia ir até adiante. Mas tenho por quem prezar. Por quem recolher minhas escolhas e permanecer enclausurado aqui no cafofo, apenas imaginando.
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Agora a tarde tive a péssima ideia de ficar ainda mais nervoso pelas frases: "- Estou pensando."; "- Estou feliz!"; "- ...sozinha. Porque?"... E seus contextos e atirei minha mão direita contra o muro... Os anéis se foram e de sobra sinto que ela tenha se deslocado. Há um inchaço no midinho. Estúpida ideia... Melhor da próxima vez eu machucar outra pessoa!

17.5.11

presente monocromático 'no 21cm'

foto nude works 24 - por marcio murilo pilot


















As ogivas da alma, plugadas aos mísseis das palavras estão prontos para serem acionados. Da central de controle o pequeno verme mira das janelas molhadas por lágrimas.
Na Síria um homem acorda no meio da noite com um gosto ruim na boca, sua mulher o abraça, mas o mal já lhe avisara do pior. Não dormiria mais. Na Amazônia a mãe despede-se de seu filho, entregando-o a uma mãe Saxã, nunca mais o verá. O pai um caminhoneiro de beira de estrada, nem tomou conhecimento de sua existência. A comida pouca já a havia feito se livrar de mais dois. Não sentia, então, essa mulher?
A serpente se debatia entre os dentes, ferina e obstinada a lançar seu veneno no primeiro ser que lhe prestasse o verbo. Irrelevantes são ao homem os sonhos que queimamos para que a máquina continue a funcionar com perfeição.
Dos vales de Golã, espíritos tristes e mutilados gritam o que os Reinos de Insanidade já nos foram capazes de impor. Um tanque ruma na direção de um vilarejo na Rússia Oriental. Uma mulher chora, seu marido a segura pelas mãos e diz: "- Já nos vemos." Mete-lhe uma bala nos miolos e treme ao apontar para a filha. Quando esta cai ao chão ao lado da mãe, ele se despede da sua casa, e quando o projétil rompe-lhe a aorta fecha os olhos e se encontra com elas no Eliseu, não sem antes deixar uma lágrima molhar o rosto.
Da fronteira norte do Chile se ouve a prece dos missionários: "-Deus, salve-os, e não se esqueça de nós." Até onde alcança o pulso da bomba.
Lá pelas tantas a náusea o faz vomitar. O grande cogumelo cresce não muito longe dali. Nunca se casara. Nunca tivera uma mulher em seus braços. Arrependeu-se de não ter se livrado da sensação de renúncia. Parecia loucura, mas só conseguia se preocupar, naquele minuto, com a porta que não trocou.
A onda de calor derruba as paredes e queima as pálpebras, pra que seja possível olhar nos olhos o destruidor. Os artelhos capazes de causarem o mal maior são os superiores: afagam; aliciam; apontam; puxam o gatilho; excitam; quebram.
Mas já podia então a filha abraçar o pai, beijar-lhe o rosto e dizer que o amava? Pronto! Havia acabado. Não havia mais água, ar, solo, animais. Só a paz da matéria destruída.


Texto de
Jesimiel Salles
3.4.2011

13.5.11

XX

Eu tenho essa mania de encerrar ciclos com os meus últimos. Últimos diversos, desde banhos – como se para lavar o que me sobra, quando ninguém quer, nem mesmo o dono -, a pensamentos que pregava avidamente antes. Coisa boba, porque isso de fato não acontece exatamente por causa desses fins, mas por obrigação ou rotina. E é assim como hoje, findo.
Em plena sexta-feira treze digo adeus aos meus dezenove anos, como que visando alguns anos adentro com mais sorte, ou com alguma. Estou com medo do que virá a partir de então. Dizem que quando as duas décadas são completadas o tempo voa, como se estivesse desesperado para as conquistas, derrotas e o término. Meu medo está aí, no término que não sabemos quando é mesmo. Pelo que deixei de viver, o que poderia vir a ser de mim.
Consciente do que já fiz até agora, estou certo que me faltam. Inúmeros. E ainda tenho todo um mundo/tempo para conquistar. Renovo-me em algum ponto, ainda não definido, e mesmo se sim, não explícito, mas sabido que lá está. Quero que os segundos engatinhem e que dobros sejam vívidos dentro deles. Seria o melhor presente.

Dou-me um salve, e parto-me para a vida.