10.3.09

...respire ¬04

“E agora o máximo que conseguimos é a transmissão de vozes. O contato esvaiu-se em toda essa distância e esse é o primeiro respire sem toques. Você longe, só, e eu aqui, com todas as minhas dúvidas e certezas. E minha imaginação fértil esperançosa. Quem sabe um encontro no corredor frio e escuro?!”


Depois de datas sem nos ver saio de casa pela manhã na esperança de traçarmos as nossas pernas, braços, beijos e amores à noite.
[...]
Minha mochila ainda nas costas, toco sua campainha, você – num de seus costumes passado - corre escada abaixo e me vê atrás daquelas grades. Vejo a princesa de qualquer conto. O portão aberto assim como todo o meu corpo. Saímos da claridade oferecida pelo começo de tarde e adentramos no corredor frio e escuro. A mochila cai. Meus braços caem. Tu sobes. Meus lábios nos teus seios, minha orelha na sua boca. Teu sussurrar molhado, nossa pele molhada. Teu corpo nu, minha boca cheia. Minhas costas arranhadas e vozes alheias de aproximação. Abres a porta, catamos as tralhas. Sentimos a brisa que vem da porta aberta. Os olhos que nos vêem, as bocas que abrem e meu pedido de licença. Tu ri, eu gargalho. A porta fala perplexa.
[...]
Nossos corpos encaixam-se...







PS: Não gostei desse texto. E estou sem outros.
Foto de Paulo César.

2 comentários: