3.4.11

“...We’re one but we’re not the same..."

Uma característica que possibilitou a determinadas espécies o dom de sobrexistir, por mais controverso que seja não foi a força física ou agressividades superiores, mas sim a capacidade de adaptação a meios, por vezes hostis, e a comutação de benefícios com seres de outras espécies, reunindo assim, habilidades específicas dentro daquilo que biologia gentilmente cataloga como Comunidade.
É fato que, para tal, o grupo em si tivesse que estar bem estruturado e pré-disposto a ter como regra básica a valorização de sua própria espécie, numa escala de prioridades, o que nos remete a analisar a atual sistemática humana. Nos baseamos nos conceitos de sobrevivência. Pensamos primeiro em nós mesmos, nos fechando em espesso casulo de egoísmo, e ensimesmados, destruímos nosso meio comum, como se de nada valesse a vida social, quando de fato deveríamos ter aprendido e guardado isso com os espécimes mais simples de vida.
Fica claro o desafeto do ser pelo outro quando, mesmo em total fartura, produzindo mais do que somos capazes de consumir, ainda somos capazes de negar ao outro o direito de também ter o que comer. Mesmo aquecidos e confortáveis em nossos lares, ainda permitimos ao outro a sensação ruim de morrer de frio.
Ainda matamos o outro por causas mesquinhas, ainda permitimos que crianças cresçam sem conhecer os pais, ainda permitimos que a religião nos transmita a sensação de superioridade a ponto de eliminarmos a alegria do outro para “agradar a deus”.
Vivemos a geração que se desgosta, de pessoas que não conseguem amar a si próprias, quanto mais o outro. Somos competitivos de mais, amamos de menos, mentimos muito e aprendemos desde cedo que mostrar o que somos, o que sentimos e o que pensamos é ser fraco, quando na verdade, é compartilhando coisas, sentimento e fraquezas é que nos vemos fortes.

“We’re one but we’re not the same. So we get carry each other, sisters and brothers.”

Isso só me leva a uma consideração, a de que, como muitas outras espécies que não souberam conviver, não duraremos muito. Mesmo podendo ser um em todos, preferimos ser apenas um, e assim caminha a humanidade na prisão de seus pensamentos egoístas.

Texto de Jesimiel Salles
cedido por e-mail

3 comentários:

  1. Descreve com clareza as atitudes da espécie humana. E felizmente ainda temos muito que aprender ...

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  2. Muito boa essa reflexão GG!!!
    O egoísmo desumaniza o ser humano...
    Deus o abençoe.

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  3. interessante como esse texto fortaleceu a idéia do apocalipse HUMANO...
    não estou muito ansioso

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