Quando exposto o tema autonomia
numa frase da docente ao comparar a liberdade e independência que o doente
mental possui (onde devemos trata-lo de maneira coerente, diferente da nossa
forma de tratar uma criança, que ainda possui liberdade, mas sua dependência é
claramente maior aos seus cuidadores), questionei até quando isso é possível e
qual deve ser de fato essa maneira. Não excluindo saber sobre o que acontece
com tais pacientes na realidade.
Com o histórico e a luta da
desinstitucionalização é percebida uma situação de conflito entre o doente
mental e a realidade que lhe é proposta, habitando numa sociedade excludente e
que lhes abandona. É nesse instante que a bioética vem com seu papel de
transitar no campo do conflito e das dúvidas existentes em relação ao doente
mental.
Partindo desse pressuposto que o
princípio da autonomia requer que o profissional da saúde respeite a vontade do
paciente, atentando para seus valores morais e crenças.
Observei então um estudo (COSTA,
2011) que tem como objetivo conhecer o pensamento de profissionais de
enfermagem a respeito da autonomia do doente mental, contribuindo para
enaltecer a importância do respeito em um cuidar adequado.
A princípio se observa as
dificuldades que esses profissionais possuem em respeitar tais usuários devido
ao preconceito, exclusão, verificando que poderia ser melhorado se aumentasse a
consideração sobre a subjetividade, a afetividade e a vulnerabilidade do doente
mental.
Senti a necessidade de elucidar
sobre o termo autonomia, que significa autodeterminação, poder da pessoa de
tomar decisões que afetam sua vida, para poder dar continuidade (COSTA, 2011).
Assim sendo essa pode ser
conferida quando é reconhecido a capacidade e as perspectivas pessoais do
doente. Tendo além da liberdade de optar, a de agir.
Percebe-se que não se trata de
procedimentos básicos ou escolhas rotineiras apenas. A assistência de
enfermagem dá ênfase para a visão do paciente ser único, com peculiaridades e
potencialidades de crescimento por meio da ajuda. Pela vulnerabilidade dos
doentes mentais em meio a atual sociedade é cabível então ao profissional zelar
pelo melhor interesse desse paciente, sabendo-se que por vezes essas
estratégias de defender a autonomia tornam-se impraticáveis pelos doentes
apresentarem violência, hostilidade e opressão.
Como resultado desse estudo
supracitado, algumas categorias foram tracejadas como facilidade de organizar a
conduta dos profissionais diante ao atendimento prestado ao doente. São: o bem
do doente, necessidade de analisar e compreender, a percepção da vulnerabilidade
do doente e seus apelos, condutas relacionadas com a autonomia do doente
mental, as racionalizações, concepções de políticos sociais no cuidado a
doentes mentais, recursos de um bom atendimento e a descrença na recuperação.
O objetivo de exposição dos pensamentos
dos profissionais a respeito do cuidado quanto a autonomia dos doentes foi
alcançada, reconhecendo sua importância. Entretanto alguns profissionais
acreditam que o paciente deve permanecer sob vigilância constante, podendo
observar algum preconceito ainda.
É necessário balancear a razão e
a emoção, as situações e o comportamento do doente mental, buscando esse
respeito justo a essas pessoas.
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