6.3.09

possível!

Acordei só. Havia nada ao meu lado, ninguém. Percorri meus olhos pelo quarto de paredes brancas e nada. Restava a brisa que refrescava o ambiente. Incolor. Levantei assustado pela aquela situação e procurei nos cantos algum sinal de respiração além da minha. Achei somente o ronronar do felino que se entrelaçava entre minhas pernas. Sentei no batente da porta e pensei. Só. Aqueles minutos eram mais eternidades. Depois de anos vejo-me perdido no lugar que sempre vivi. Sinto-me assustado por ninguém estar ao meu lado quando mais preciso. As pessoas tornaram-se independentes e eu segui os passos inversos. Escuto meu nome sendo chamado... Num tom de socorro, num grito aliviado. Corro, traço as curvas da casa. As janelas fechadas, o portão semicerrado. Penso: devo estar partindo pra um lugar mais confortável... Só pode ser mais confortável! Nestante deve ser meu último jantar. Só. E as velas não serão mais acesas. E os pratos ficarão sujos... Assim como meus pensamentos. Teus pensamentos. Não haverá coisa alguma. Partirei para o encontro de alguém... “Alguéns”! Vou respirar tranquilo... E o peso que hoje é depositado nas minhas costas cairá junto. Virará pó... Ou passará para outras costas. Eu só quero que tudo se esfrie!

...Acordo sobressaltado. Febre, 40°.

3 comentários:

  1. Olha, nem foi de todo a febre..
    Aposto q ficaram hrs chamando no portão..
    Pq é sempre assim. O povo parece surdo aí.
    E qnt a febre..
    toma remedinho.

    Bjoo

    [amo]

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