8.1.10

Sinais - 02

Enfim, adentrávamos mais um ano, e como qualquer outro, abraços,, desejos, promessas, coisas insanas e repetitivas que as pessoas costumam fazer todos os anos. Não sou muito lá dos rituais, mas gosto da coletividade e dos delírios pecaminosos da gula que se estravagam nesses dias.
A madrugada do primeiro dia do ano já se estendia lá pelas tantas, e lá estava eu, muito abraçado, mas totalmente vazio, já havia desejado a muitos felicidades e de muitos recebido os mesmos votos, mas não era o suficiente, era um vazio, uma sensação estranha com a qual já venho lutando há um tempo, mas que não se estendia além do meu olhar, fica por de trás dele, entristecendo-o.
O nada era tanta coisa, que já se ia longe a minha mente quando pensei nela, a luz, a cor, o cheiro, o que restou dos destroços da minha antiga, e não tão distante vida. Como a queria por perto: -Ligar-te tentei juro-lhe! - mas de nada adiantou.
Adentrei o ano, e a felicidade de tê-la aparentemente ficou no ano que passou.
Mas se por ai ficasse o desdém da vida para comigo, procurei por tudo e todos que um dia me cercaram, e ao menear a cabeça, vi que só ficaram os apontadores.
Muito ouvi nos estudos matinais dos domingos a história de jó, que homem, que exemplo, a vida o traia e ele acariciavá-lhe os cabelos.
Que esse seja o prelúdio dos sóbrios dias de alegrias que virão, e se estabelecerão como nuvem que repousa, sobre os justos.

Texto de Jesimiel Sales, 
cedido por e-mail.

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