29.8.11

Memória

Por natureza mantemos uma boa memória para determinados acontecimentos: positivos e negativos. Guardamos para um tempo posterior esses dois tipos. Os bons, quando superados por outros bons, são renovados, os recentes vivos, nos deixam alegres, os passados entram na mala e são retirados quando queremos ver as fotos antigas. Quando estes são superados pelos negativos, afundam-se na nossa mente, e apenas com muito esforço consiguimos tirar. Os negativos, por outro lado, quando recente queremos afastá-los, expurgá-los para bem longe, entretanto ele pode ser revivido inúmeras vezes e temos que adaptá-los como positivamente ou, no mínimo, tirar algum proveito em que possamos nos deliciar. As vezes não consiguimos, outras fazemos o tudo para nos sentirmos compessados.
Quando você me conta aquela piada de alguém, ou quando eu te conto o que aconteceu com outrem não percebemos o efeito das palavras que pronunciamos sobre o outro. Quando os nossos dedos apontam para os peitos alheios não sabemos que aquilo pode se tornar uma experiência negativa. Quando os ouvidos e olhos do "coitado" não aguentam mais ele decidi dizer um basta para o que lhe é proposto. Não medimos o sentimento do outro, não nos preocupamos com a emoção que ele sente naquele momento. A caixola dele ferve ao receber aquelas informações. Depois, num momento de julgamento do ato, dizemos que aquele rapaz escondia um monstro dentro dele.
É então que a hora do divertimento acontece, e um desejo guardado ao brincar no seu play torna-se possível. É hora de transformar as memórias ruins em boas e rir um pouco da desgraça alheia.
Tirem uma hora e vinte minutos do seu dia para assistir Elefante, um documentário do que os excluídos podem fazer para se divertir com aqueles que o excluem. Brinquem de "Uni, duni, te" e aperte o play.

PS: Uma bela fotografia, uma singela demonstração do cotidiano dos seres.


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