30.10.08

Relutância

Meu vinho não é doce. Nem nada! Tudo. A porra da noite não se esvai. O tempo não passa e minha negativa vem com mais freqüência. Meus delírios permanecem a aparecer. O vinho não é doce. Quero-te e a impossibilidade estabelece-se no ar, no vácuo, no nariz que acabei de limpar. Tu não estás mais a me deixar. Tu, e como disse noutra escrita, boba tão quanto, e somente tu parece não querer mais os afagos nos cabelos... Que depois passa para a orelha, voltando à nuca. O não é doce. Pelo menos é o que parece quando me olha daquele jeito que ninguém mais, agora, consegue olhar. Agora. O agora se foi e retorno ao meu ciclo, perfeito círculo, vicioso. O vinho. É doce. Meus olhos vão fechando-se e minha noite parece que vai acabar. Petulância se querer resistir. Espero que nos meus sonhos dormidos me venha tu. Que outrora no real não quis aparecer. Espero-te nos afagos e amasso. Espero-te para beijar-me. Doce.

Um comentário:

  1. Nem sempre os vinhos doces são os merolhes..



    às vezes descobrir o doce que se esconde no amargo de um vinho tenha melhor mistério.


    Bjo

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